Conferência

Paul Denis
De la peur et de la liberté dans les sociétés actuelles. Approches psychanalytique.
Conferência comentada por Manuela Fleming
Tradução simultânea

Argument
L’aptitude à la peur est consubstantielle au fonctionnement psychique. La découverte du monde extérieur se fait dans la peur, l’angoisse du huitième mois telle que l’a décrite Spitz est une peur, la première, en face d’un visage étranger, dans la confrontation avec un élément non familier du monde extérieur. Mais elle se manifeste aussi dans des moments où le psychisme fonctionne sur lui-même. Le rêve d’angoisse et plus encore la terreur nocturne en témoignent. Elles sont liées à une désorganisation du fonctionnement psychique qui perd sa cohérence, sa continuité ce qui s’accompagne d’impressions que l’on a décrite de différentes façons, état traumatique, dépersonnalisation, déréalisation, effondrement psychique, angoisses sans nom…

Dans les sociétés actuelles la peur est rarement réaliste, nombre de dangers objectifs ne déclenchent pas la peur salutaire qui permettrait de les éviter. A l’inverse il est des croyances ou des fantasmes qui déclenchent la peur. C’est le cas de la plupart des phobies, en particulier de ces deux phobies maîtresses que sont l’agoraphobie et la claustrophobie. L’une est à l’origine de la plupart des formes de peurs de la liberté, l’autre au point de départ de tous les refus d’un quelconque pouvoir exercé sur soi par l’autre qu’il s’agisse d’un individu ou d’une instance politique, fut-elle débonnaire. L’une conduit à la servitude volontaire, l’autre à la révolte.

Do medo e da liberdade nas sociedades actuais. Aproximações Psicanalíticas

Argumento
A aptidão para experimentar o medo é consubstancial ao funcionamento psíquico. A descoberta do mundo exterior inclui o medo, a ansiedade do oitavo mês tal como foi descrita por Spitz, é um medo, o primeiro, em face de um rosto estranho, no confronto com uma parte desconhecida do mundo exterior. Mas o medo manifesta-se também no interior da própria mente. O sonho de angústia e o terror noturno são disso testemunha. Ligado a uma desorganização do funcionamento psíquico que perde a sua coerência e a sua continuidade, o que é acompanhado por impressões que foram descritas de várias formas, estado traumático, despersonalização, desrealização, colapso psíquico, angústias sem nome ...

Nas sociedades atuais o medo é raramente realista, numerosos perigos objetivos não desencadeiam o medo salutar que permitiria evitá-los. No sentido inverso, há crenças ou fantasias que provocam medo. É o caso da maioria das fobias, em especial das duas principais fobias, a agorafobia e claustrofobia. Uma está na origem da maior parte das formas dosmedos da liberdade, a outra no ponto de partida de todas as recusas de qualquer poder exercido sobre si pelo Outro, seja ele um indivíduo ou uma instância política. Um conduz à servidão voluntária, o outro à revolta.

Apresentação

Paul Denis é MembroTitular da Sociedade Psicanalítica de Paris, analista didata e membro da International Psychoanalytical Association. Foi diretor da Revue française de psychanalyse, co-dirige com Michel de M’Uzanet Françoise Coblence a colecção « Le fil rouge » na Presses Universitaires de France. Faz parte do conselho editorial de La psychiatrie de l’enfant. Publicou numerosos artigos e livros, nomeadamente « De l’âge bête, la période de latence », « Emprise et satisfaction, les deux formants de la pulsion » , « Sigmund Freud 1905-1920[1] », « Rives et dérives ducontre-transfert » , « Les phobies » , « Le narcissisme » et « De l’exaltation ».

Manuela Fleming é Psicanalista Didata, membro da Sociedade Portuguesa de Psicanalise SPP) e da International Psychonalytical Association (IPA).É Professora Catedrática de Psicologia no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto (UP). Foi Directora do Curso de Doutoramento em Saúde Mental da UP. Desempenhou o cargo de Secretária Científica da Revista Portuguesa de Psicanálise durante 10 anos e foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Publicou dezenas de artigos de Psicologia e de Psicanálise em revistas internacionais e nacionais da especialidade. É autora de de vários livros de Psicanálise, de que destaca: Manuela Fleming (2003). Dor sem Nome: Pensar o sofrimento. Porto. Ed. Afrontamento Manuela Fleming. C. Amaral Dias (1998). A Psicanálise em Tempo de Mudança. Porto, Ed. Afrontamento Manuela Fleming, Celeste Malpique (2010). Psicanálise e Mudança Psiquica: cartografias para uma viagem. Porto, Ed. Afrontamento.